Cantigas

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Bonita para os olhos do meu bem!


Rio de Janeiro atravessado pela objetividade poética de São Paulo, por vezes dengada numa doçura vocal baiana.

Chico Buarque de Hollanda surgiu entre nós.

E que honra estar entre os que o conhecem, mesmo que de longe, ouvi-lo, vê-lo, mirando as ardósias daquelas janelas de uma alma tão profundamente rica.

São Bodas de Chico!
São dias de chumbo enlevados (e levemente suavizados) pela poesia/melodia/ironia deste autor.

O Brasil lhe saúda!
O Brasil lhe precisa!
A Bahia lhe tem no coração!
Eu te entronizo!

Chico, o de sempre!


A mais bonita
Chico Buarque

"Não solidão, hoje não quero me retocar
Neste salão de tristeza onde as outras penteiam mágoas
Deixo que as águas invadam meu rosto
Gosto de me ver chorar
Finjo que estão me vendo
Eu preciso me notar
bonita
pra que os olhos do meu bem
não olhem mais ninguém
quando eu me revelar
na forma mais bonita
pra saber como levar
todos os desejos que ele tem
ao me ver passar
bonita
Hoje eu arrasei
na casa de espelhos
espalho meus rostos
e finjo que finjo que finjo
que não sei"

Todo Chico, e particularmente, nesta letra e música, me permitam:
me sinto absolutamente nele. Não fosse o poder de tradução de todo um povo brasileiro de uma época tão nossa, posso amar Chico porque (não fosse toda a obra) somente aí ele ME traduz!


É 19 de junho!
Evoé, o velho Chico ainda (e por muito tempo) está à vista!


Carlos Barros.

19 de junho de 2008.

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