Cantigas

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Cantar é (bem) mais.


Não tenho por costume escrever críticas só por escrever.
Também não me coloco como fiel da balança de nada neste mundo.
Entretanto, em alguns momentos sou assaltado por desejos de dizer coisas que já tilintam há tempos e acabam por sair como pensamentos relativamente elaborados.
Definitivamente, a "americanização" das emissões de cantores contemporâneos candidatos ao sucesso no Brasil me soa cansativa e quase um pastiche constante...
É tão bonito quando a nota soa simplesmente dizendo a melodia e quando essa melodia pode contar uma história nas palavras que planam nas notas...
O cantor popular traz como vetor mais que central essa capacidade de emocionar a partir do que diz com o canto.
Alguns podem ser exímios arquitetos de melodias intrincadas e belamente dispostas no sentido da perfeição entre o sair da nota e a chegada precisa nas finalizações.
Outros dominam a arte de dramatizar cada palavra a partir dos desenhos feitos pelo traçado construído entre som e letra.
Tanto uns quanto outros dominam o formato Canção.
Atualmente - e me parece em função dos diversos "concursos de talentos" - cantar vem sendo associado a uma olimpíada malabarística cujo "sentido" começa e termina apenas na ação de emitir.
O que se diz, como se diz e para que se diz não parecem fazer parte do complexo que define o cantor e o cantar.
Artistas que se utilizam de tantos melismas e arabescos vocais feitos - muitas vezes sem a devida destreza para tal - pode equivaler a um jogador de futebol que, ao invés de tocar para o gol, fica rodopiando a bola em torno de si mesmo somente para mostrar que pode equilibrá-la irregularmente em volta do corpo...
A música produzida neste país tem exemplos espetaculares do ato de cantar.
No mundo, também.
Conhecer a história da música brasileira- e do mundo - talvez seja bom para começar alguma trajetória...
Que cantemos...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Integridades e Vilezas


"Não é por nada não", como se diz aqui na Bahia!
Evidentemente,ninguém é obrigado a gostar de um artista 
ou outro qualquer. 
Acontece que nesta cidade do São Salvador travestem- se 
intolerâncias várias em discursos contra "arrogância" e 
"antipatia".
Estas expressões são quase sempre associadas quando se 
quer desmerecer o trabalho de algumas pessoas nesta terra.
Contrariando, conscientemente, faço o vaticínio positivo: 
que Oxaguiã e Oyá sejam sempre Luz para Daniela Mercury.
E antes que a vileza de discursos se insurja, não possuo 
qualquer relação pessoal com a cantora.
Os possíveis desafetos pessoais devem ser resolvidos com 
elegância e boa fé.
Uma palavra boa numa boca ruim, turva- se.
Uma palavra pode ser arma e também pode ser escudo.
Escrevo sobre o tema em respeito à integridade da minha 
história com minhas convicções, mesmo sabendo da 
fugacidade e superficialidade desta rede social.
Sou um artista e pesquisador atento ao que me rodeia.
Sou um homem, filho de Odé com Oyá.
Sou um ser humano com desejo de melhoras neste plano.
Sejamos mais honestos e digamos que razões reais podem 
levar a tanta indisposição apresentada sob diversas formas.
Mais uma vez, peço a Deus que nos proteja...
Assim deve ser.

De guilhotinas e plebeus



Gueto é, por si só, uma distorção social. 

Significa que uma sociedade é tão desigual que isola 

pessoas em espaços confinados a valores que 

demandam lutas homéricas para se afirmarem. 

A violência e a agressividade são valores que podem 

estar presentes em qualquer lugar. 

Não são interessantes para quem pensa um mundo 

menos desigual e injusto. 

Seja qual for o olhar, as periferias não devem ser 

confundidas com lugares em que "príncipes de guetos" 

possam estimular ações simbólicas ou materiais que 

vão se voltar exatamente contra as próprias pessoas 

destes espaços sociais. 

Neste debate, o embate corpo a corpo não fica para os 

"príncipes". 

Como sempre, atinge os mais simples e desprotegidos 

plebeus...

A guilhotina procura os pescoços precisamente.

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