domingo, 27 de setembro de 2009
Banda do Céu
Como é que se tem uma banda do céu?
Como é que se vê uma banda do céu?
A pergunta, acima de tudo é: como é que se ouve uma banda do céu?
O céu tem estrelas que caem e, meninos eu vi, uma banda do céu caiu com estrelas para mim.
Carlos Barros existe hoje como artista num diálogo constante, terno e profissional com quatro músicos de quilate;
Alex Medrado, João Carlos Campos, Marcus Lima e Pedro Ivo Araújo.
Este rapazes - moços da banda - como costumo chamar, são trechos, pedaços, bandas, acessos ao/do céu em individualidades incontestes.
São integrantes e integrais; componentes e em si mesmos compósitos.
São estrelas.
Alex Medrado é a precisão, o apuro e o rigor em estados absolutos. A seriedade em apresentação geminiana de movimento. O contrabaixo em altíssimas freqüências astrais. Sua música é minimalista e grandiosa; forte e sutil; grave e alegre. Alex é a liderança de si mesmo que se coloca com os outros. Raríssima capacidade entre os meus. O solo de Chumbo fala por mim...
João Carlos Campos é a tecla de piano da criatividade sem limites. O rapaz da tecnologia sonora com um sentimento único de entender acorde e melodia na voz e no que a palavra diz; gravamos juntos, somente ele e eu uma das canções que mais me emociona: sua sensibilidade me levou ao registro que eu queria da canção Sobre todas as coisas (o meu fiel agnosticismo, visto através de Chico e Edu). João é fiel à força deste nome. Hebraico e de Juazeiro!
Marcus Lima é o sensitivo. Ouvido refinado, completamente Djavaneado e mãos de baterista (desses jóia rara) antigo; jazz e rock em mesma pessoa. Para completar a Santíssima Trindade musical, chamo em Marcus o suingue do funk, que me faz cantar melhor o Lenine que amo e o Para inglês ver do nosso disco. Marcus compôs uma das mais belas peças que já cantei. Quer saber? Ouça a faixa 3 do CD Cantiga vem do céu. Marcus é caminho de pedras brilhantes.
Pedro Ivo Araújo é a disponibilidade imediata à beleza. Sua chegada prenunciou meus amigos/irmãos da banda e trouxe a sua competência das cordas do violão em notas comprimidas e estendidas da guitarra. Pedro é a profissão vocacional para o sucesso. Pedro, de pedra, da Bíblia. Rocha de Xangô em energia ariana de Omolu. Belos encontros que se resolvem no talento de sua ação no mundo.
A Banda do Céu é o que seu nome diz; uma banda, um pedaço, um fragmento do céu que Oxalá e Iansã mandaram para me fazer inteiro. Eu - Carlos Barros, artista brasileiro; baiano que é ( no Rio) Brasil - me faço hoje um, a partir de trechos de mim na recomposição desta banda.
É...
Meu palco é assim.
Chamando meu pai: trago a minha banda e só quem sabe onde é Luanda saberá lhe dar valor!
Que Deus nos guarde!!!!!!!!!!!!!!!!!
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
O som e o sol
O sol briha embaixo da costa que há nas palhas.
O que tenho de melhor está por dentro, parafraseando a poesia de J. Velloso.
Omolu é o brilho que emana por debaixo das vestes afro-baianas a rodarem no ar; ventos de agosto que chegam a setembro.
A voz mais bonita e encantadora vem de Omolu. Sua luz expressa e reflete-se em doçuras de Oxum e nas garras corporais de Oyá-Iansã.
Tudo isso está em 64 anos de vida e caminhos: Gal Costa existe.
Que eu posso escrever mais sobre esta moça depois de tanto tempo de minha absoluta devoção a seu canto?
Brilho de Orfeu que está inscrito na minha história, Gal está em mim como eu próprio estou na minha voz.
Gal Costa é a tradução do sol de Omolu trazido à terra em tempos que tivemos a sorte de habitar.
Se nosso tempo é quando, estamos aqui enquanto há o canto de Gal, sendo tempo e absorvendo dele a luz do Senhor da Terra.
Sim, Gal é filha de Omolu.
Nós todos retornaremos um dia ao solo do qual ele é Rei.
Quando neste tempo, isto ocorrer, quem sabe estaremos mais perto da compreensão, do afeto e da plenitude de sua - artística e espiritual - obra.
Gal, estamos aí!
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
domingo, 13 de setembro de 2009
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
terça-feira, 8 de setembro de 2009
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Desejo Bigorna
Vou no meu compasso num desejo martelo, vontade Ogum bigorna do Brasil!
Lenine chegou, falou e disse; como dizem os baianos!
A música de Lenine é a apropriação mais que débita e creditada de muito do que nos caracteriza enquanto alma da América.
Somos a negritude do balanço harmônico-percussivo; a poética dos morros e favelas cariocas-baianas-paulistas; o sertão encontrado com o mar do Recife, numa chegança de melodias à la Benjor-Gil-Bosco.
Lenine é um Brasil que me interessa, pois é vitorioso.
A vitória de Lenine reside no sotaque, na cor da pele azeitada pelos pêlos dourados ao sol e pretos na vida.
A vitória de Lenine é a flor labiata que cheira e exala odores de uma nacionalidade repartida e reencontrada nas faixas de seus discos e na sofisticação quase soberba e belamente concisa de seus shows.
Lenine não é o meu pai, posto que irmão!
Lenine é também filiado ao que mais me imanta de brasilidade: Gil engendra em Lenine/Carlos o suingue maior de um brasileiro universal:
Lenine e eu?
Me coloco afim, afinado e pertinente: minha poesia sai, flui como que da pele, pelos poros da canção do pernambucolismo deste rapaz!
Salve Oswaldo! Oswald novo e liberto dos verde-amarelos de outrora. Modernismo contemporâneo de 2222.
Meu tempo é onde!
Adoro Lenine in cité; Ramiros em percussões mágicas de Brasil e Argentina na França que balança o "berço" da civilização.
Lenine inventa uma outra civilização inventada:
Brown do norte,
Spike do Sul!
Brown do norte,
Spike do Sul!
Os discos de Lenine são projeções do dia em que fizemos contato. As etnias caduquíssimas a buscarem sua natureza pura perdida e nunca mais passível de re-encontro...
A dondoca vai mandar cassar o samba do caboclo!
Madame não gosta de samba!
Madame não gosta de samba!
João Gilberto nas dissonâncias funkeadas em acordes de nos acordarem para o sol: atirador certeiro de flechas em mira!
Meu poema é menor que sua letra, mas minha letra traz poema de sua vertente.
E ja que sou brasileiro em meu universo onírico e sem opção,
reclamo que revolução se faz com liderança:
Ave Lenine!
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