Cantigas

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Agenda de Carlos Barros e Banda do Céu no verão da Bahia!


Agenda de Carlos Barros e Banda do Céu no verão da Bahia:


10 de dezembro: Carlos Barros no Show Você em minha vida (canções de Roberto Carlos), no
 Espaço Cultural Casa da Mãe (Rio Vermelho),
22 horas. Artistas convidados:
Alex Medrado (Baixo) e João Carlos Campos (Teclados)
Ingressos: R$10,00

11 de dezembro: Carlos Barros no Show Você em minha vida (canções de Roberto Carlos), no
Bêco de Rosália (Barris), 20h Artistas convidados:
Alex Medrado (Baixo) e João Carlos Campos (Teclados)
Ingressos populares: R$5,00


13 de dezembro: Carlos Barros e Banda do Céu no Show Segundas Intenções, no
B23 Lounge Music Bar(Itaigara), 20 horas.
Ingressos: R$15,00

15 de janeiro: Carlos Barros no Sarau do Restaurante Grão de Arroz, Pituba, 20 horas.
Entrada Franca

21 e 28 de janeiro: Show e Gravação do 
DVD Cantiga vem do Céu, de 
Carlos Barros e Banda do Céu no
Teatro SESI Rio Vermelho, Salvador, Bahia, Brasil
20 horas, com participações mais que especiais.
Ingressos: R$20,00 

05 de fevereiro: Show Cantiga vem do Céu no 
Teatro da Livraria Cultura (Shopping Salvador), Salvador.
20:00h

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

No Novembro Negro, os brancos da vez...


Neste Novembro Negro, vêm de Sampa os brancos da vez...
O CQC é um programa da Band que tem assumido o papel de porta-voz do jornalismo humorístico moderninho na TV brasileira.

Seus apresentadores mostram, a cada segunda-feira, os acontecimentos do Brasil e do mundo pela lente de suas possíveis - e bem parciais - aulas de semiótica aplicada numa nuance bem particularizada...

Esta semana, uma premiação sobre personalidades negras em São Paulo foi motivo de uma matéria pra lá de interessante: Rafael Cortez (cujo sarcasmo constante nos desvia de observar características suas mais relevantes) adentrou o Teatro Municipal para flagrar e conversar com os envolvidos (quase todos negros) na festa.

Izabel Filardis, Tony Garrido, Milton Nascimento (o homenageado) foram clicados pela lente do CQC, cuja coloração é clara, clara, nada comparável à aura da Palco de Gil.

No estúdio, Marco Luque (curiosamente o menos branco de todos: seus cachinhos à la Carlos Barros não negam, mulata) responde à indagação de Marcelo Tas sobre o fato de Lenine, Fafá de Bélem e Jorge Vercilo (não negros) estarem naquele espaço teoricamente empretecido.
"Ora, os brancos precisam servir o café e lavar os banheiros, Marcelo..." é a incrível resposta do rapazola...

É Luque: não seria nada mal ver uma loura de olhos azuis lavar o banheiro com a mesma dignidade que o fazem tantos negros e mestiços pelo Brasil afora.

Receber uma xícara de café bem forte das mãos de uma Carelli, Cortez ou Scwarczman não seria de mal tom: as mãos brancas entregando aos negros (tantos SilvaSouza e da Conceição) serviços que há tanto tempo são realizados por mãos negras.

De fato, não seria ruim, mas não se trata disso, querido Luque: o evento não representou uma inversão de valores sociais em que os negros passariam à condição de senhores de engenho reinventando Gilberto Freyre.

O evento celebra a cada ano personalidades que contribuem com a causa da negritude (acho que o Luque nem sabe o que é isso) no Brasil, com  a necessidade de que não achemos natural que apenas negros lavem nossas privadas...

O evento contou com Lenine - o reinventor do violão percussivo e contemporâneo, no Brasil -, Jorge Vercilo - cujos belos agudos são produzidos por uma laringe mestiça e de cabelos originalmente encaracolados e com Fafá de Bélem, cuja obra está inevitavelmente associada a causas importantes deste país, como demonstra sua inserção nos debates sobre as Diretas Já.

Estes artistas não foram chamados para lavar a louça dos negros da elite.
Estes artistas não se prestam à piada infame do CQC sobre os papéis sociais no Brasil.
Ele, Marco Luque, mestiço recorrentemente tratado como motivo de piada pelos anéis de seus cabelos (outrora enaltecidos por Roberto Carlos ao homenagear Caetano) e peça chave na configuração do programa televisivo, precisa concordar que os negros e os brancos e os mestiços e os cafuzos e os índios e os viados e as sapatas, etc vivem numa realidade caracterizada pela emergência do diverso, leia-se plural.

É tão importante ter Milton Nascimento no palco, quanto Milton Santos na Geografia; Lázaro Ramos nas telas quanto Luislinda Valois no Direito.

Seria importante, também, ter menos melanina lavando nossas sujeiras?

Essa pegou você, não é Marco Luque?
E como bem me lembrou Marlon Marcos em mais uma de nossas conversas sobre o mundo: vamos citar Gilberto Gil num momento de lucidez ácida em 1985:

A mão da limpeza

Gilberto Gil

O branco inventou que o negro

Quando não suja na entrada

Vai sujar na saída, ê

Imagina só

Vai sujar na saída, ê

Imagina só

Que mentira danada, ê



Na verdade a mão escrava

Passava a vida limpando

O que o branco sujava, ê

Imagina só

O que o branco sujava, ê

Imagina só

O que o negro penava, ê



Mesmo depois de abolida a escravidão

Negra é a mão

De quem faz a limpeza

Lavando a roupa encardida, esfregando o chão

Negra é a mão

É a mão da pureza



Negra é a vida consumida ao pé do fogão

Negra é a mão

Nos preparando a mesa

Limpando as manchas do mundo com água e sabão

Negra é a mão

De imaculada nobreza



Na verdade a mão escrava

Passava a vida limpando

O que o branco sujava, ê

Imagina só

O que o branco sujava, ê

Imagina só

Eta branco sujão!

A canção está no disco Raça Humana
Podemos ouvi-la em www.gilbertogil.com.br

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Carlos Barros e Banda do Céu no show SEGUNDAS INTENÇÕES

Carlos Barros e Banda do Céu realizam o show de Verão SEGUNDAS INTENÇÕES, num projeto de mobilização cultural nas segundas-feiras da Bahia, em parceria com o B23 Lounge Music Bar.
13 de dezembro de 2010, 20:00h.



O show passeia pelo repertório autoral do intérprete e referências à música brasileira, do samba ao pop contemporâneo, com convidados mais que especiais.

Ingressos: R$15,00.


Confira!




sexta-feira, 5 de novembro de 2010

É carnaval!


Calendário é uma invenção humana que sempre serviu para organizar o tempo em função das atividades necessárias à sobrevivência na vida social.

Eventos de calendário são acontecimentos que ocorrem regularmente e noremalmente são considerados imperdíveis.
Na cultura brasileira, tal e qual o novo disco de Gilberto Gil, a nova peça de Fernanda Montenegro ou a récita mais recente de Bethânia, é de calendário saber qual a nova canção lançada por Daniela Mercury para o carnaval baiano de cada verão.

Daniela Mercury tem tido uma história de canções estampa para o carnavakl de fazer inveja a qualquer set list da folia contemporânea das terras de Caramuru.

De Rapunzel (Carlinhos Brown), passando por Quero a felicidade (Daniela Mercury / Manno Góes) e Olha o Gandhy (Tonho Matéria), além da eletrônica e inesquecível Maimbê Dandá (mais uma de Brown, alicerçado na tradição de Matheus Aleluia), a mais elétrica das baianas de hoje nos traz, SEMPRE, um misto de criatividade, inteligência frescor e competência difíceis de se perceber no reino da música produzida na Bahia, após os anos oitenta.

Digo, sempre em entrevistas e conversas sobre o meu trabalho musical que Daniela e Brown são ventos da melhor qualidade para a vela de meu barco da canção.
Digo, repito e reafirmo!

Todo final de ano, é esperado pela mídia inteligente da cidade da Baía, qual golpe de mestre será dado pela artista mercuriana no quesito canção-do-verão. 

Este ano, uma muito bem sucedida versão do tema da Copa da África emerge com versos que demonstram, mais uma vez que o carnaval de Daniela nunca deixa de ser, entes de tudo, uma celebração à cultura brasileira, a partir do olhar da Bahia. 
Acontece que a Bahia dela não é folclórica, preguiçosa ou somente brejeira: sua Bahia tem pulsação, beat, bit, batida, cérebro e eletrônica (que não faz tudo, mas quase tudo...).

É carnaval (Will Adams/Herry Clestin/Jerry Duplessis/Wyclef Jean/Roberto Martino/Daniela Mercury/Marcelo Quintanilha) vem com uma afirmação da Bahia como porto de chegada e reprocessamento das matrizes culturais do mundo inteiro, de Bilbao à Paris, como já sugere a própria letra.

A versão, que conta com participação de Wyclef Jean e Marcelo Quintanilha (que ano passado marcou ponto com Daniela na divisão da tarefa de compor da bela e forte Andarilho Encantado) tem tudo para conquistar as ruas e rádios de fevereiro e março, neste nosso carnaval tardio de 2011.

As barreiras que deve romper são as mesmas enfrentadas nos outros anos, em que refrões fáceis (e só) se justificam como sendo típicos de "música de carnaval".

Ai que saudades de Onde está o dinheiro e Balancê, que, sendo de carnaval, ironizavam e satirizavam a brasilidade com humor e descontração populares e ao mesmo tempo cheias de graça musical (o que tem faltado a algumas peças mais recentes).

Gosto da picardia e da sexualidade na música, mas penso ser importante cantar que o carnaval é também:

PRETA FESTA SANTA

SANTA FÉ PAGÃ
ALEGRIA DANÇA
ATÉ DE MANHÃ
LUMINOSA ARTE
CRIA DE OLORUM
SE O AMOR
SE REPARTE
SOMOS TODOS UM


Em poucos momentos de letra, versos simples e reveladores do carro naval antigo, que remonta, na festa, Dioniso e Zeus; Olorum e o retraimento de Orixás e de Cristo, na quaresma de depois da quarta-feira (que, segundo Vinícius, celebra o fim da alegria do povo...)


É carnaval vem, mais uma vez, reforçar que o carnaval de Salvador não pode deixar de ter muita coisa: participação popular, alegria, democratização da brincadeira, menos apartheid social, etc.


E o que me salta os olhos, positivamente é que a canção É carnaval vem nos lembrar (como o fazem eventos de calendário) que carnaval da Bahia não pode deixar de ter, sem dúvida a energia e a certeza (como salientei nos agradecimentos de meu disco de estreia) de Daniela Mercury.


Assim, se É Carnaval, pelo menos na minha Bahia, isso significa que
É Daniela Mercury!


Vamos pra rua!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Obrigado, Bahia, obrigado Brasil!


Venho realizando em um ano desde o lançamento do CD Cantiga vem do Céu uma trajetória mais que vitoriosa: tenho conquistado cada vez mais amigos, fãs, colaboradores, admiradores e links com o mundo a partir da Bahia, terra em que nasci.


Cantiga vem do Céu me possibilita hoje estar na cena musical deste país, como intérprete, interlocutor e criador.


Estou entre, sendo desde já mais uma possibilidade de ser, no sentido mais completo, nos tempos de quando e até que o destino permita!

Alex Medrado, João Carlos Campos,
Marcus Santos e Pedro Ivo Araújo são mais que colegas: são companheiros em sentido absoluto.

Há poucos dias, realizei, em Salvador, dois shows; um paralelo - homenageando o Rei Roberto Carlos (Rei, sim) - e outra edição comemorativa de
Cantiga vem do Céu. Os dois tiveram uma presença de público que mais uma vez nos agraciou quantitativa e qualitativamente.

Mais uma vez, então: muito obrigado pelo carinho e por propagar meu trabalho e o da Banda do Céu pelos quatro cantos, por considerar minha voz e minha performance, por me gostar!


Assim, Carlos Barros vai seguindo, pede licença e está apenas começando...


"Morena, quando tu for, me leva"!



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