Cantigas

sábado, 22 de novembro de 2008

De todas as maneiras que há de amar!


De todas as maneiras eu estou de fato amando...
E a música, da forma como vem acontecendo, está levando e vindo, levando e indo...

Na Bahia, as coisas acontecem bem devagar, sem correr(?)...
Mas a felicidade também chega e volta pra mim...
O show Cantiga vem do céu está navegando nos mares agitados do mercado baiano.
Quantos já o viram?
Não saberia dizer.
O que sei é que eu já vi o filme e o show muitas vezes e sei que o caminho é longo, mas a chegada é o melhor momento de toda a viagem.
E eu sigo com os meninos Pedro, Alex, João e Marcos.
Com o cuidado e o carinho de Dil, Marlon, Márcia, Dôra, Lúcia, Déia, Short, Lucas, Stela Maris, Tatiana Aguiar, Vamber, Aline, Amina, entre outras almas...
Obrigado Lelê, pela atenção, assim, específica!

O show Cantiga vem do céu é a marca de um ponto bem natural e ao mesmo tempo em construção da minha carreira: é árduo o processo de estar no mundo da música!
Vamos seguindo, vamos na estadia de fazer e cantar...

Eu gosto de Caetano porque o cara é bonito!
A Gal é o pouso final de meu canto.
Bethânia me ensina dia-adia o que é ser no mundo.
Gil é o pai maior que sempre quis ter.
Maria Rita é a maior de todas desde os tempos que surgiu...

E no mais, foi show no Bar Dona Flor, dia 20 de novembro, dia de negritude!
"Minha espada espalha o sol da guerra
Meu quilombo incandescendo a serra"

Estou aí!
Até que eu vou gostar se de repente a gente se cruzar!

Vá ver o show das cantigas astrais!
Em breve, muito, mas muito perto de você!!!!!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Sim, eu vi Bethânia


Sim, eu vi Bethânia agora há pouco pelas ondas tecnológicas da Internet.

Vi e ela falou tanto com seus ares de menina do interior, como gosta de se definir. Ela disse-me assim: não, não posso mesmo ter pena de mim, não desta forma simples como a vida por vezes quer nos fazer sentir.

Bethânia sempre me chega como imagem, fenômeno em carne da minha mulher maior: Oyá de mim toda.
De minha vida assim!
E como mais cedo conversei, acariciei, me joguei aos pés de Iansã, eu precisava ver Bethânia.

Era preciso ouvir Bethânia e sentir o cheiro de seus cabelos lindos, negros, soltos ao vento, passeando na cidade de meus sonhos.

-Parece Santo Amaro! - Diz a Maria das Marias da Terra que fala do Rio com a mesma sensação que tive quando por lá andei: parecia Salvador, maior e maior e maior!!!

Será que o tamanho do Rio cabe o meu desejo de felicidade? Será que a minha felicidade poderá um dia caber no meu corpo que aqui habita em vontade de ter tudo o que quero?

Sim, eu vi Bethânia e meus olhos e ouvidos puderam ler a possibilidade maior de conquistar o pódium de uma vida! Ela chegou lá!

Bethânia é ímpar! Única! Bela! Estrela maior por que se sabe maior na pequenez de ser apenas - e tudo isso - filha.

Nossa Senhora lhe dá a mão, os ombros, os braços e o colo. Por favor, Mãe da Manhã: dê-me o seu colo também.

Fiquei feliz em ser mortal ao ver Bethânia - mortal como eu - e me lembrei que por diversas vezes conversei com ela em sonhos. No carro, me dando bronca por uma das minhas tristezas já de muito alongadas; andando pelas ruas de Santo Amaro, batendo papo sobre música e no palco...

Ah! Como é bom cantar com Bethânia. Sentir o vento que rodopia em volta de seu corpo nos levando a cantar com o ar de sua graça. Bethânia oscila e faz a Oyá em mim bailar com a Oyá nela. Dança de mães e de deusas que nos faz - Bethânia e eu - filhos de deuses.

Sim, eu fiquei radiante, com lágrimas nos olhos e agradecido por ser filho de minha mãe Ana Lúcia - uma mulher de Iansã -, por ser filho de Iansã, por conhecer e compartilhar da existência de Bethânia, por ter cantado inúmeras vezes o seu repertório.
Hoje de manhã ouvi de uma amiga que minhas quando eu canto mãos lembravam os gestos de Bethânia.
Eu disse a ela: tá em casa! Bethânia e Gal (tia e mãe, ou mãe e tia de mim).

E agora?

Que tristeza pode resistir à Bethânia?

Talvez a minha nesnte momento.

Mas uma coisa é certa:


Agora e sempre: Bethânia não é uma referência nem um farol, nem um gosto nem um ídolo. Não só!

Bethânia é para mim simplesmente um fato consumado!


---Ah! Marlon, licença, pois antigüidade (principalmente no amor) é posto!---


sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Cores e Nomes de moças em rapazes coloridos e pretos no branco


A questão é a seguinte:
Não dá mais pra segurar e o coração explode mesmo!
No Brasil que celebra Obama (eu também celebro), a cerebralização tropical impede outras cores de soarem nas íris cotidianas das cidades como a nossa São Salvador do preto mulato e do branco doutor (e hetero).

O ônibus sai da estação e o rapaz de cores indefinidas e gorro branco é lido - e acusado de - "afeminado".
E o que é isso mesmo?
Aconteceu, não virou manchete, mas azedou a doçura da minha alma rósea, amarela e branquinha, branquinha de Oxum e Oxalá.

Por que a cidade da beleza tropical, da negritude celebrada e dos evangelhos a insurgirem-se contra o contemporâneo não consegue conviver em paz com a presença diversa dos gays e afins?

Fica a questão a tilintar na minha cabeça por vezes rosa e por vezes (muitas vezes) vermelha de raiva: como o olhar da profundidade de uma colher pode ser tônica para a averiguação e julgamento do que sou e mesmo pareço?

A homossexualidade e a heterossexualidade são dísticos da mesma moeda. A minha moeda é um dólar tão evidente que nem preciso me achar um real!
O corpo ainda é pouco e o pulso pulsa mais forte ao ver a bunda e os pêlos de um rapaz.
O coração bate mais forte ao sentir a cantada da moça que sorri e olha faceira, medindo tamanhos e curvas de meu corpo.
O que meu corpo responde?
Somente toda moça em todo rapaz pode dizer!

Não me ponho amarras e grades de fina educação: o problema é que há gays "baixo-astral".
O astral dos gays não quer dizer nada frente ao astral nebuloso das cabeças (profundas como uma colher) de quem acena com a possibilidade de alijar alguém da cena por falar muito alto ou quebrar o corpo, desafiando a lei da gravidade.

O cara no ônibus que me insultou- a mim e a tudo que eu quis como os olhinhos infantis que me olharam nesta noite e me encheram de prazer - não sabia que ali estava não somente o que ele chamava de "afeminado", mas uma proposição de homem muito mais efetiva que aquele arremedo de macho com os colhões tão fortes quanto os dos celenterados (que nem mesmo possuem escroto...)

A Bahia é a estação primeira de um Brasil que precisa cair de posição no ranking de agressões aos gays. Ainda está entre as primeiras nas ignorâncias e no cultivo das mesmas ignorâncias; sensível e cerebral no assunto.

Não, ele não vai mais dobrar, pode e deve se acostumar comigo e com todos aqueles que vivem nos ônibus, carros, albergues, banheiros, faróis, casas, apartamentos, escolas, fóruns, academias, palcos, bibliotecas, salões de carro, de beleza e de dança.

Os corretores de imóveis no céu poderiam arrumar lugar logo para os que não nos toleram, nós que aqui estamos, sempre a esperar a felicidade e a plenitude do olhar. Não quero sugar todo teu leite, interlocutor, mas quebro a quarta parede para te perguntar:


você também não agüenta sentir o ar de uma bicha?

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