Cantigas

sábado, 23 de abril de 2011

Padroeiro do Brasil


Padroeiro do Brasil
Ary Monteiro - Irany De Oliveira


Em toda casa tem um quadro de São Jorge

Em toda casa onde o santo é protetor

Num barracão, num bangalô de gente nobre

Há sempre um quadro desse santo Salvador

Quem é devoto é só fazer uma oração

Que o guerreiro sempre atende

Dando a sua proteção

Por isso mesmo não devemos esquecer

A grande data dia 23 de Abril

Vamos cantar com alegria e prazer

Porque São Jorge é o padroeiro do Brasil

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Rita Ribeiro: um tempo de excelência e limpidez!


Ouvir Rita Ribeiro é perceber o quanto a música brasileira somente tem crescido. Uma voz absolutamente límpida, cristalina e ao mesmo tempo carregada de possibilidades dramáticas se insurge sobre nós ao deixarmos suas notas penetrarem.

Ouvi Rita Ribeiro pela primeira vez cantando uma canção de Vander Lee chamada Contra o tempo. Sua inflexão, doçura e força me impressionaram e fiquei me perguntando: que mulher é essa?
Descobri em Rita Ribeiro uma espécie de recuperação de um tradicional canto brasileiro que ecoa desde a afinação de Dona Dalva de Oliveira, assim como a beleza do cristal de
Gal Costa e a expressividade da excelência de
Baby Consuelo (hoje, do Brasil). 

Rita Ribeiro traz do Maranhão o sotaque de um português falado com a clareza do que só poderia ter sido gestado em terras além-mar do assentamento desta língua.
Sua forma de dizer através de notas faz sentir uma coisa de transparência que torna o dito mais efetivamente compreendido.
Não, Rita não é uma atriz: interpreta na voz o que é pensado na composição apenas como possibilidade. 

Hoje, mais cedo, re-assiti mais uma vez o DVD Tecnomacumba e me perguntei: como esta obra não é conhecida pelo povo brasileiro massivamente? Por que ainda há pessoas que insinuam interrogações ao tocarmos no nome da cantora?
Sei que a arte é uma infindável teia de poréns (eu mesmo que o diga...) e é também o território da beleza.
Pois, Rita Ribeiro e sua Macumba eletrificada trazem beleza e caminhos.
Exu ri na voz da moça!
Iansã rasga o céu (ali, na companhia sempre bem vinda de Bethânia). 
Iemanjá dança nas ondas ao lado da graciosidade de Oxum, assistida do alto pelo ribombar dos trovões de Xangô.
A Preta Velha ao lado das crianças abençoa docemente, enquanto Ogum e Oxóssi devem estar à frente abrindo caminho para a mulher, que, lindamente, solta a garganta e corpo em uníssono no palco.

Ah! Tivesse eu nascido vinte anos mais tarde que 2011 e, certamente, meu primeiro disco teria uma bela homenagem à Rita Ribeiro e sua capacidade de me fazer entender que na música deste país, o Tempo só nos presenteia com mais coisas belas e fortes, mesmo quando tudo em volta parece responder ao chamado aparentemente maioral da insolidez...

Ouçamos Rita!  

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Carlos Barros: A Bahia na Bélgica (Por Marlon Marcos, para o Jornal A Tarde)

                                                Marlon Marcos- Jornalista e Antropólogo
                        Publicado originalmente no Jornal A Tarde, em 12 de abril de 2011, Caderno 2+

Uma voz orquestrada, a favor do exercício musical, pode fazer desenhos que revelam inteira uma cultura, apresentando, explicando, reformulando, interagindo ou, simplesmente, fazendo com que o outro frua e se divirta com a evolução cênica e sonora de um show em movimento. Foi assim. Carlos Barros e a sua impecável Banda do Céu ocuparam elegantes salas em Bruxelas e Liège, na Bélgica, para contar a belgas, e a outras nacionalidades em trânsito naquele país, o que a Bahia tem em poesia e inventividade.
Num total de seis apresentações, sendo cinco em Bruxelas, e uma em Liège, a Música Popular Brasileira entre os dias 17 e 27 de março, singrou a cultura belga dialogando com esta, em inglês, francês, português e iorubá, através do canto afinado doce representacional do baiano Carlos Barros. Remetendo-se aos nossos monstros sagrados, Gilberto Gil ( este foi louvado em todas as apresentações), Dorival Caymmi, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Daniela Mercury e Gal Costa ( sempre homenageada com a canção Trilhos urbanos, de Caetano), somando-se aos ricos e inventivos arranjos da Banda do Céu, os nossos meninos perfilaram a beleza e os acertos que nós baianos temos ( e oferecemos) quando a questão é arte e entretenimento.
Carlos Barros é um jovem cantor, produtor e intelectual que pesquisa a nossa música; lançou há dois anos o belo CD Cantiga Vem do Céu, com um repertório arejado, inédito e reverente ao melhor da música popular. É bem acompanhado pela Banda do Céu, formada pelo baixo de Alex Medrado, da guitarra e violões de Pedro Ivo Araújo, dos teclados de João Carlos Campos e da iluminada bateria de Marcus Lima.
Cantor e banda viajaram a convite da cantora e produtora portuguesa Cristina Rosal ( radicada há 20 anos na Bélgica) através de sua empresa de produções artísticas D’arte, para as apresentações que aqueceram o frio de início de Primavera na Europa, e puseram platéias inteiras para dançar de Aquela do Brasil a Sonho meu, festejando a vida naquele jeito que sempre incrementamos quando chega fevereiro.
De fato, às vezes, só de longe para se ter uma real dimensão da grandeza do que a Bahia e o Brasil produziram, e graças aos orixás, ainda produzem em termos de música. De lá, entre belgas franceses portugueses alemães brasileiros, sentindo frio e saudade do sol, a voz expressiva de Carlos Barros nos colocava no centro profundo do nosso orgulho de ser baiano e de pertencer a esta musicalidade.
As duas apresentações no The Music Village expressaram e confirmaram o talento e a habilidade dos músicos em evidência. A sala é um sítio, como dizem os portugueses, dedicado a receber artistas do jazz mundial e de apresentar aos belgas amantes da boa música, o que de melhor circula pelo mundo. A platéia ficou embevecida com a execução de Trilhos urbanos, O mundo é um moinho, Modinha para Gabriela, London London, Touche pas à mon pote, Jack soul, Língua, entre as consagradas; vibrando também com as inéditas Chumbo, um sambinha delicioso do baiano Harlei Eduardo e Brisa Morena, de Marcus Lima, entre outras.
As outras salas: o Bouche- à- Oreille, o Restaurant Cravo e Canela, em Bruxelas; em Liège, a belíssima La Mi Lune. Em todas, a receptividade foi tradutora do talento dos artistas e do desenho cultural da Bahia e do Brasil feito de música, poesia e dramaticidade. O Cravo e Canela é um restaurante de brasileiras que vivem em Bruxelas; foi lá a última apresentação do show internacional Cantiga Vem do Céu, e a festa foi arrebatadora como só são as festas promovidas pelos brasileiros. A Bahia em especial.
Intimamente, minha cabeça ficou a imaginar meu sonho feliz de cidade: a voz de Caetano Veloso no meu ouvido; o show Solar, de Cláudia Cunha; a imensidão da voz de Stella Maris; a maestria de Tiganá Santana; a lindeza de Juliana Ribeiro... Ah! A poesia da Bahia.
E a possibilidade de ver Maria Bethânia recitando os nomes que dão sentido a minha vida e que podem educar este país. A poesia sendo discutida, agora, por conta do dinheiro quando não há preço; que belo e honesto projeto “O mundo precisa de poesia”.

Recital

terça-feira, 12 de abril de 2011

A Ela...


Eu vou a qualquer lugar quando ELA quiser!
Ela leva TUDO!
Para ver a imagem e ouvir:

domingo, 10 de abril de 2011

Por isso o Brasil precisa patrocinar poesia...

Hermano Vianna sabe das coisas.
Eu aprendi a ser palco com Dona Maria Bethânia.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Peixinho de Touro: Ursinho de Mim!


Peixinho: deixa eu te ver?
Um Peixe de Touro caiu do Céu.
De lá, de onde vêm cantigas que costumo entoar, um peixe desceu...
Iemanjá só se vê Mar!
E eu estou em um barulho silencioso de minha Mãe...
Ela disse-me assim
Eu morava na areia, Sereia
aprendi a namorar...

Peixinho, deixa eu te tocar?
Meu amor, quando me beija,
o mundo revira, volta e quantas noites: assim eu durmo.
Ursinho de pele macia: claridade num aconchego
que me guia.
E o peixe ainda transmuta!
E eu? Aqui e com o Peixe.

Peixinho, deixa eu te ter?
Saudade, palavra triste que nem sabia mais direito
o que era...
Vontade: palavra de mim que ecoa nas bolhinhas do mar de céu de onde veio o peixinho.
Desejo e necessidade: eu beijo!

Peixinho: deixa eu ir com você?

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A Arte de agradecer e abraçar: obrigado, Bélgica!

                                                                 Foto: Julian Deckers

A Arte vive de símbolos.
Eu vivo de cantar, de fazer com a canção o que queremos, como humanos, fazer na vida.
Eu sou um cantante.
A Bélgica recebeu a mim - Carlos Barros - e aos meus companheiros da Banda do Céu de braços abertos: Cristina Rosal e sua equipe de amigos e produtores queridos fizeram com que o público belga pudesse estar presente nesta festa brasileira com sotaque do lugar...
Marlon Marcos: irmão de fé e de causas: sua presença equilibrou meu coração instável por natureza...
A Bahia da magia, dos feitiços e da fé pôde ser cantada com o toque carioca de minha alma encantada com a luminosidade de tardes horas da noite europeia.
Seis shows, seis momentos bastante distintos, quatro noites lotadas, duas noites iniciais com casa cheia e muito amor no coração.
Nossa invasão foi de alto astral...
De cá, de mim, somente agradeço...
Oyá que vem de longe e que nos levou por sobre os ares de terras e mares - navegar é preciso, viver...
Oxalá, Odé, Oxum, Xangô!
Odalice do Carmo: sua Benção!
Ogum!
Nossa Senhora!
Jesus Cristo, que disseste aos seus seguidores - levai a paz!
Meus queridos da Banda do Céu:
como seria sem Alex Medrado, João Carlos Campos, Marcus Lima e Pedro Ivo Araújo?
Meu canto seria mais solitário.
Obrigado, rapazes!
E eu, aqui, sob a chuva da Bahia (em sonho, nas noites de pouco sono em Bruxelas).
Sem muito mais, e com muito ainda a dizer:
eu canto!
Obrigado, Bruxelas!
Obrigado, Brasil!
Obrigado, Rio de Janeiro!
Obrigado, Bahia!


The Music Village Parte II

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