Cantigas

sexta-feira, 28 de junho de 2013

"Leia na minha camisa"

Que as sextas-feiras sejam TODAS de LUZ!
Confesso-me verdadeiramente assustado com o fato de que nesta "era" que vivemos, pessoas são impedidas de usarem camisas com palavras de ordem políticas...
O verso "leia na minha camisa", da canção Baby (Caetano Veloso) está em obsolescência neste Brasil contemporâneo?
A FIFA é um estado soberano ao Estado brasileiro?
Questões...
E eu posso perguntar?
Fato: indignação e dúvidas...
 

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Moçadas

Estar presente à manifestação que ocorreu na cidade em que vivo, no 20 de junho, foi importante.
Perceber razões e "des-razões" para tudo que está ocorrendo a partir da minha particular ótica.
Aulas civis... SEMPRE!

 Pessoas em manifestação política, na frente do 
      Teatro Castro Alves (Salvador),  20 de junho de 2013 
Foto: Carlos Barros 

As razões - legítimas - de senhores, jovens, senhoras, adolescentes, estudantes, negros, brancos, mestiços (que nem eu), pessoas da classe média, pessoas da periferia, gente que milita, gente que nunca militou, enfim; brasileiros que querem dizer algo, numa onda maior que as consciências individuais iluministas e cartesianas. Gente que estava na rua.
A polícia (também  formada por gente que compulsoriamente segue "ordens" e por gente que quer seguir "ordens") agiu de forma precipitada e impulsionando o clima de tensão.
As pessoas aqui sentadas, em frente ao Teatro Castro Alves, também estavam com os olhos lacrimejando por conta do ar infectado pelos gases de pimenta. Não sou a favor de violência alguma e já manifestei isso publicamente. Tomemos cuidado com as reações possíveis de setores não moderados de manifestantes, para quem a guerra já é declarada... E quem está começando-a
é a representação oficial.
A Bahia precisa deixar de se por no mundo como refém de um passado colonial que não combina com este povo contemporâneo que quer ir à frente no tempo e no espaço. Não repitamos Alfaiates...
Sou um equilibrado/equilibrista e estava na rua junto, justamente para ter certezas ou inferir questões. Tive certezas... não muito boas, mas claras o suficiente para saber que vivemos um status desagradável, comparável aos tempos de chumbo do Brasil. Comparável, por ora... espero quer não seja análogo, nem igual...
Parafraseando Gil: "sente-se a moçada descontente onde quer que se vá..."
Fazemos parte da moçada.
E eu canto com a moçada!

terça-feira, 18 de junho de 2013

Manifesto





Sei que as manifestações políticas são necessárias e também tenho muitas (e muitas mesmo) ressalvas a qualquer tipo de truculência e agressão, sobretudo quando ultrapassam e atingem o físico e o material. O Estado Brasileiro precisa perceber que não somos idiotas inertes (embora, no momento do voto continuemos, de fato, iludindo-nos com falsas promessas) e que não dá para suportar tantos desmandos políticos. 

Vimos de um momento particularmente delicado, pois a histórica "esquerda" brasileira assumiu o poder e passou a governar a partir de métodos muito parecidos com os d'antes acusados de "forma da direita de governar" e outras expressões mais embasadas em teorias alemãs várias... Eu venho de origem pobre. Sou um homem financeiramente pobre e a realidade da minha vida nem de longe poderia me fazer achar que o país vai bem. Sei também que não vai melhor (a Turquia, o Egito, o Oriente Médio inteiro, aliás são prova disso) com bombas (nem de gás lacrimogêneo nem coquetéis molotovs) explodindo e balas de borracha sangrando as pessoas. 

Tenho buscado entrar em outra possibilidade de mudança, em que o contato diário e cotidiano possa me fazer ser político no sentido mais amplo e complexo do termo. Tenho um histórico (desde a Escola, inclusive) de muitas lutas diárias para chegar em objetivos alcançados e outros ainda a alcançar, enquanto vida aqui tiver. 

Tenho também um histórico de ter sido chamado e tratado por muitos ao longo do tempo como um "alienado político" e/ou alguém que não tem "senso de coletividade", o que já me afetou e agrediu algumas vezes. Hoje, não me afeta mais... e esta é a evolução política interna de que precisei na vida e que me faz ponderar inclusive a minha opinião objetiva sobre as manifestações que vêm ocorrendo neste inverno brasileiro de 2013.

As Redes de TV têm interesses muito grandes na "paz sem voz" do país e muitos "manifestantes" também são despossuídos (estou querendo crer nisso) de sensos vários da temperança necessária para enfrentar os desafios políticos. Não sou especialista em passeatas e manifestações, mas bem observo o quanto aquilo que - grosso modo - pode ser chamado de "massa" funciona para interesses diversos; dos mais límpidos, aos mais turvos... O que sei é que me interessa positivamente ver as vias públicas recheadas de gente como eu - sujeitos, cidadãos, pessoas, seja lá que termo melhor designe - clamando por respeito, que está em falta. Também não me sinto à vontade para sair às ruas e estar disponível a qualquer atitude que considero violenta, mesmo que o objetivo seja nobre. Não sou adepto da máxima de que "os fins justificam os meios". 

Fui um adolescente e jovem extremamente irascível. Isso me compôs durante grande parte da vida. Sou um homem beirando a meia idade com menor grau de raiva contida e, ainda assim, alguém nitidamente comprometido com as evoluções humanas, sobretudo aquelas que ocorrem fora das passeatas e sem o selo garantido do poder constituído, que tanto interessa a todos os movimentos políticos ao longo da história. 

As lutas que encampo vêm por outros caminhos e isso, sem ser violento, mas contundente, tenho que exigir que se respeite. Ir à rua é uma estratégia atemporal e ao mesmo tempo inscrita na história da humanidade neste pedaço Ocidente/Oriente ocidentalizado do mundo. Isso me comove. 

Sangue no chão, lágrimas de horror, balas de borracha, metal e afins e bombas de qualquer natureza ainda me causam estremecimentos de alma e corpo pelos horrores dos quais não gosto e nos quais não acredito como válidos para o caminhar humano. Entendo sua existência, mas opto por não aderir a estes entes. 

Sou um homem de espadas, espelhos, arcos, flechas e armas de todo tipo - no plano mais etéreo da espiritualidade. O simples som disso tudo na materialidade da vida comum me assusta e nada é capaz de me fazer envergonhar em assumir. Aqui, aparece a criança que ainda guardo em mim e que sempre teve arrepios ruins ao ouvir qualquer som mais alto proferido da boca de um adulto. E, sinceramente, quero que esta criança nunca deixe de habitar e atuar dentro. 

Quanto ao mundo,
que os dados rolem e os deuses abençoem.

domingo, 16 de junho de 2013

Capa de revista


Por vezes a imprensa me faz pensar...
Por vezes...
Vandalismo, violência, verdade, veleidades...
Tudo junto e misturado, como é e tem sido.

Eric Hobsbawn escreveu derradeiramente o livro Tempos Fraturados sobre o século XX.
Eu não escrevi livros... e sobre a imprensa, palavras menos rebuscadas são suficientes.

O jornalismo é uma das atividades mais necessárias no mundo contemporâneo. Desde Gutemberg, passando pela teoria basilar de Mc Luhan, os jornalistas são aqueles que - apoiados na realidade dita empírica - registram em cronismos bem menos literários os fatos relevantes" para a vida social.

A vida em coletividade atualmente é pautada (termo caríssimo ao jornalismo, diga-se de passagem) pela existência de campos de atuação. Seja em Bourdieu, Elias ou os adeptos sociológicos de todo tempo, a atividade de registro do real se coloca hoje a partir da observação atenta ao que ocorre em campos diversos. 
FHC no campo da política, a Mulher Melancia, no campo das celebridades, Dráuzio Varela no campo da medicina e assim por diante...
O jornalismo capta os agentes e as ações nos campos e, assim, pode realizar o seu trabalho.
O jornalista é um ser antenado, que capta aspectos diversos da realidade, capta o mundo através de óticas privilegiadas pelas determinações de poder inerentes também aos campos.
O jornalismo ratifica e faz afirmar os campos...
                                            ...
Sou um artista (pouco mais de quinze anos cantando, dirigindo e produzindo meus espetáculos e discos a partir da cidade da Ba(h)ia).
Sou um intelectual (pouco mais de quinze anos em aulas, palestras e afins).
Vivo em Salvador, nasci em Salvador e atuo em Salvador.
Currículos à parte, em 2009 lancei meu primeiro CD, ouvido no Brasil e em algumas partes do mundo através das mídias internéticas e/ou através das viagens realizadas e encontros com plateias diversas.
Realizei e continuo realizando espetáculos na cidade e fora dela ao longo destes mais de quinze anos.
Estou em processo de gravação de meu segundo disco.
Cantar é o meu ofício maior. Junto ao canto, educo e isto me alimenta.
                                                 ...
Moro em Salvador.
Sensação de constante canção do exílio.
Minha alma canta... 
Vejo o Rio(s) de Janeiro e o sonho idílico cada vez mais permitido pela "exi(a)lação" da alma na arte nesta urbe encapada...
Um vândalo a reclamar "apenas por vinte centavos"
Viva Caramuru e a eterna Paraguaçu...
                                                          ...

O jornalismo ratifica e faz afirmar os campos...
Je ne suis pas en Salvador...
E eu canto (sempre) pra subir!

  

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Antes da próxima estação... a "bolacha" está chegando...


Mixar um disco é uma obra de grande alegria. 
É depurar o que já foi misturado e condensado nos aparelhos eletro-eletrônicos, a buscar o melhor resultado. 
É re-ver a emoção que foi instaurada no momento em que se gravaram Guitarras, Baterias, Baixos, Percussões e Voz.
Ah! Como a Voz se coloca na gravação! Parece dançar sem ligar para o desejo de quem a pronuncia.
Ela se descola, desloca em um movimento de independência total. É da garganta e não mais a pertence...
A Guitarra chora, a Bateria clama e o Baixo ronda som seu som de respiração no baixo peito.
E a Voz, ela passeia por sobre...
Obrigado aos meus companheiros do grupo A TRILHA (Gabriel BarrosSebastian Notini e Zé Livera).
Obrigado à mão/mente/coração sinestésicos de Sebastian Notini, pela produção e direção artística deste meu rebento de hoje.
Obrigado a Gabriel Barros e Zé Livera pela dedicação carinhosa com o Projeto.
Obrigado a Maria Prado de Oliveira, presente desde o início no Show e na condução de meus aprendizados de palco.
Feliz com a mixagem do meu segundo mimo.
Antes da próxima estação... chegando!

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