Cantigas

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Carlos Barros no Show Você em minha vida, com canções de Roberto Carlos



Pedido de mãe é fogo...

Em se tratando da minha, que é da estirpe das amazonas de Oyá, o pedido é uma ordem.
Há muito ela vem me dizendo: Você devia gravar umas músicas de Roberto para mim...
Anos se passaram e eu resolvi atender: um disco encomendado, não vendável, não de carreira e não planejado foi feito e entregue.
Você em minha vida foi o título que achei mais apropriado: você mãe e você, Roberto.

Desde que comecei a trafegar pelas vias da canção, Roberto Carlos me aparece como um farol, ícone e processo em si mesmo da música deste país.
Cinquenta anos e parece que sempre existiu enquanto referencial do que é amor, paixão, força, fé, brega e chique.

Roberto simplesmente habita o lugar dos que são. Se Gal, Bethânia, Gil e Caetano me deram voz, Roberto me ensinou a cultivar uma parte da alma nada pequena e eterna, com a exata duração de uma vida.
Roberto Carlos merece honrarias e laudas. Sua música merece ser cantada, sempre, sempre, sempre...

Dos botões da blusa existencialista que observa a cena de espera à estrada de Santos fenomenal, da urbanidade brasileira das auto-estradas, este compositor (irmanado na poesia do parceiro Erasmo) revela muito do Brasil mais que profundo. 

Se Pelé é a contradição étnico-racial deste país, Roberto é a resolução da plástica do cancioneiro.
Sua obra é una e variada; cada um de nós, cantores tem um pouco de Roberto internamente - e quem não tem, que cultive o seu já, já...

O show Você em minha vida é, também, uma recuperação do meu amor pelo formato violão e voz, e ao lado de meu parceiro de sempre, Harlei Eduardo, faz com que eu possa dividir o tempo entre Cantiga vem do Céu (meu show mais recente, fruto do meu CD de estreia) e os projetos paralelos que tanto me enchem de alegria.

Arranjos simples e sofisticados do violão de Harlei e minha voz entregue à máxima possibilidade de cantar o Rei. Não, eu não sou Bethânia, Simone, Nana, Gal, Adriana...
Sou Carlos Barros e venho me colocar num lugar que acredito ser meu neste séquito de vozes a cantar o que cantou e canta Roberto.

Como diria Maysa, nesta coragem que me toma: Roberto, eu sou mais você e eu! Minhas musas que me abençõem!

Taí, mãe,
as canções que Roberto fez pra Ana e que o seu filho agora canta!

Afinal, para quem mais eu poderia dedicar este espetáculo, mesmo?

 

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