Os debates provocados nas telenovelas normalmente são resultado de abordagens superficiais, que viram mais assunto da ordem do "pitoresco" ao invés de gerar reflexões, de fato, relevantes. A novela Amor à Vida, da TV Globo, por exceção necessária, me trouxe ventos benéficos à sensibilidade e à inteligência.
O personagem Félix - bem construído pelo Walcir Carrasco e soberbamente interpretado por Mateus Solano - chegou ao centro de sua angústia e expressões da mesma quando sua família se depara com a sua homossexualidade na mesa do jantar.
A esposa (não-traída, posto estar jogando o mesmo jogo social que todos na cena), irritada pelos anos de não-prazer da farsa que vivia consuetudinariamente, revela fotos de carinho e afeto sexual entre Félix e seu amante, que logo se tornam (aos olhos da dificuldade generalizada em conceber dois homens se acarinhando) "provas" do "crime" prévio e julgado que parece ter sido cometido.
A sequencia é forte e promove muitas questões para nossas cabeças e corações ávidos por emoção.
Félix é uma bomba de frustrações, entre outros fatores, em função da personalidade autoritária e manipuladora de seu pai, cujas aspirações de "macho-adulto-branco-no-comando" não podem admitir que o "varão" possa ser gay... Seu mundo, literalmente, caiu.
À mãe, irmã, avó e filho do personagem - cuja história parece recomeçar a partir do fato - somente restam se equilibrar entre a surpresa, a dor, e o amor para atravessar a turbulência de entender sua família inserida na possibilidade de revisão de valores, crenças e atos.
A cena dói.
A nós, resta (e sobra motivos para) refletir e observar dentro e ao redor o quanto podemos performatizar Félix, pais autoritários, esposas hipócritas, filhos, irmãos e mães assumindo percepções de mundo enubladas pela convenção de ser convencional e pouco essencial.
Salve a Vida!
O personagem Félix - bem construído pelo Walcir Carrasco e soberbamente interpretado por Mateus Solano - chegou ao centro de sua angústia e expressões da mesma quando sua família se depara com a sua homossexualidade na mesa do jantar.
A esposa (não-traída, posto estar jogando o mesmo jogo social que todos na cena), irritada pelos anos de não-prazer da farsa que vivia consuetudinariamente, revela fotos de carinho e afeto sexual entre Félix e seu amante, que logo se tornam (aos olhos da dificuldade generalizada em conceber dois homens se acarinhando) "provas" do "crime" prévio e julgado que parece ter sido cometido.
A sequencia é forte e promove muitas questões para nossas cabeças e corações ávidos por emoção.
Félix é uma bomba de frustrações, entre outros fatores, em função da personalidade autoritária e manipuladora de seu pai, cujas aspirações de "macho-adulto-branco-no-comando" não podem admitir que o "varão" possa ser gay... Seu mundo, literalmente, caiu.
À mãe, irmã, avó e filho do personagem - cuja história parece recomeçar a partir do fato - somente restam se equilibrar entre a surpresa, a dor, e o amor para atravessar a turbulência de entender sua família inserida na possibilidade de revisão de valores, crenças e atos.
A cena dói.
A nós, resta (e sobra motivos para) refletir e observar dentro e ao redor o quanto podemos performatizar Félix, pais autoritários, esposas hipócritas, filhos, irmãos e mães assumindo percepções de mundo enubladas pela convenção de ser convencional e pouco essencial.
Salve a Vida!
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