Cantigas

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Vontade de chorar...



De repente, vontade de chorar.
A canção não responde e por mais que se queira, o amor é um corte fundo na alma, mesmo!
O desamor não vem: não deve vir, mas será que virá?
O rancor não pode.
E como diz Pessoa, é coisa de gente reles que volta a cara quando passa por si...

Eu fico na melodia do Jeca, que triste - eu, mesmo um jeca Total absurdo -, canta o sofrer e a dor.
Quando ouvir esta moda, saiba que ali estou na maior parte de meu desenho.
Muitos já findaram o seu, mas o meu...
Ah! Este não sei...

Vontade de chorar
Vontade de chorar
e o choro vai pro mar?
Foi lá que o amor aconteceu e lá findou.
Foi lá, aos pés da Santa Cruz de uma Mãe Maior que parecia que tudo se encaixava.

E eu desencaixei.

Vontade de chorar...
Nesta viola eu canto e gemo de verdade...
Verdades e Mentiras: quais foram mesmo?

Agora finda
Findar é o que não sei.

Fico com a Tristeza do Jeca!

Gil: me resgata?



Tristeza do Jeca

                                    Angelino de Oliveira

Nestes versos tão singelos

Minha bela, meu amor

Pra você quero contar

O meu sofrer e a minha dor

Sou que nem sabiá

Que quando canta é só tristeza

Desde o galho onde ele está



Nesta viola canto e gemo de verdade

Cada toada representa uma saudade



Eu nasci naquela serra

Num ranchinho beira-chão

Todo cheio de buracos

Onde a lua faz clarão

Quando chega a madrugada

Lá no mato a passarada

Principia um barulhão



Nesta viola, canto e gemo de verdade

Cada toada representa uma saudade



Lá no mato tudo é triste

Desde o jeito de falar

Pois o Jeca quando canta

Dá vontade de chorar



E o choro que vai caindo

Devagar vai-se sumindo

Como as águas vão pro mar.




Pra postagem, esta letra somente bastava...

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